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padre

Lourenço

 e o diálogo

inter-religioso

DEUS É ÚNICO (LA ILAHA ILL-ALLAH):

UMA CHAVE PARA O DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO 

 

 

“Ntoko omuxi mmosa, hata evirikanaka ettini, Muluku ni wamini ahu ori mmosa pahi. (Nós somos duma família. Mesmo tendo diferente religião, o Deus que professamos na fé é o único). Foi realmente uma expressão espontânea partilhada em língua local, Macua, pelo Shek Talibo Momade, da mesquita do Posto administrativo de Quixaxe, num encontro de diálogo inter-religioso. Esta actividade convocada pela quase-Paróquia de S. Pedro, Quixaxe marcou uma grande presença por parte dos chefes de várias mesquitas (shek e mualimos) e os animadores das distintas comunidades. Na verdade, a iniciativa de estar a dialogar e trocar os conhecimentos ligados à religião católica e muçulmana é o motivo básico de promover um bom relacionamento e amizade religiosa entre os crentes.

 

No que diz respeito ao “Diálogo Profético”, sobretudo o diálogo com as pessoas da outra religião e baseando num propósitos número 11 do Sínodo dos Bispos para África sobre promoção dos valores do diálogo inter-religioso, cabe a nós, onde neste momento estamos a trabalhar com os muçulmanos nas zonas costeiras-litorais, para criar uma dinâmica e criatividade de aproximarmos deles de uma forma dialogante e compreensível a fim de que vivamos harmoniosamente e nos respeitemos uns aos outros. É um facto de reconhecermos que nas paróquias litorais, os muçulmanos vivem maioritariamente e convivem com os cristãos devido ao casamento entre as tribos ou à cultura de mesma origem. Nesta circunstância, tem havido o respeito de praticar a sua fé através dos seus cultos ou cerimónias religiosas, até então, muitas vezes, convidam-se entre eles para poderem participar de perto nestas cerimónias. Sem dúvida que esta evidência revela um sinal positivo, ou seja, um testemunho de comunhão abraçando a fé no único Deus.

 

Esse é o factor que realmente nos inspira a levar o cabo um diálogo constante com os Muçulmanos, com objectivo de, por um lado, manter o relacionamento familiar - harmonioso como se fossem irmãos da mesma barriga da mãe e poderiam colaborar em conjunto a resolver alguns assuntos sociais. Por outro lado, o diálogo poderia ajudar a perceber melhor algumas questões práticas que têm a ver com a ciência religiosa tanto no cristianismo como também no Islamismo.

 

Num encontro de diálogo inter-religioso realizado nesta quase-Paróquia de S. Pedro, Quixaxe, o tema de Deus foi realmente delicado, porque havia que esclarecer com muita razão e paciência usando a linguagem simples, quer na Bíblia Sagrada, quer no Alcorão. Explicou-se devidamente aos muçulmanos que, para os cristãos, o único Deus existe em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo, usando os seguintes textos bíblicos: “Ouça, ó Israel: O SENHOR, o nosso Deus, é o único SENHOR.” (Deuteronômio 6.4). “Eu sou o SENHOR, e não há nenhum outro; além de mim não há Deus.” (Isaías 45.5, 1Coríntios 8.4). “Assim que Jesus foi baptizado, saiu da água. Naquele momento os céus se abriram, e ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre ele. Então uma voz dos céus disse: ‘Este é o meu Filho muito amado, em quem me agrado’.” (Mateus 3.16,17, Mateus 28.19, João 10.30, João 14.9, João 12.45, Romanos 8.9, Mateus 1.20, Lucas 1.35, João 14.16,17,23).

 

Em contrapartida, o conceito de Deus foi apresentado pelos Muçulmanos da seguinte maneira: “Ele é Deus, o Um e Único; Deus, o Eterno, Absoluto; Ele não gerou e nem foi gerado; E não há nenhum como Ele”. (Sura, Alcorão: 112:1-4). A fé, sendo um dos pilares do Islão e professada no credo muçulmano, (shahada), afirma que não há outro deus além de Allah ("Deus"), Maomé é o mensageiro de Allah (lā 'ilaha 'illāl-lāh an Muhammadur rasūlu llāhi). Além disso, o Islão crê que Allah é o único Deus, todo-poderoso, o misericordioso. Allah é soberano a tudo e a todos. A palavra Islão em si significa submeter-se à lei e à vontade de Allah. Por isso, o Islão significa submissão absoluta do ser diante de Deus. Os seguidores de Allah são chamados de muçulmanos, que significa aquele que se submete a Deus, que se entrega e obedece a Deus. O Maomé é o seu profeta, no ocidente é chamado de Muhammad.

 

O Alcorão é a palavra (a revelação) de Allah expressa através de Muhammad. O Alcorão fala de Allah como o criador, o rei da vida e da morte, clemente, o Deus justo que retribui segundo o bem ou o mal praticado pelas suas criaturas. O Deus único é uno em si mesmo, omnipotente e misericordioso, a verdade, a luz do céu e da terra, criador de todas as coisas, o arbítrio e o juiz supremo.

 

Enfim, rumo a uma vida harmoniosa, todos ficaram convencidos que na verdade, a profissão da fé (credo ou shahada) em Deus único tornar-se-ia a palavra-chave de diálogo inter-religioso e o ponto da partida de conduta religiosa mais tolerante, respeitosa e solidária para com os outros.

CALENDÁRIO

2016

HINO DO JUBILEU DIOCESANO

SIMPÓSIO JUBILAR

25 ANOS DA DIOCESE DE NACALA,

O PASSADO E O FUTURO

 

Formação de formadores, semana III, na Carapira

08

AGO

Encontro zonal da família, em Alua

09

AGO

Retiro diocesano, na Carapira

21

AGO

Peregrinação diocesana ao Santuário de Alua

10

SET

NÚMERO DE VISITAS

Congresso diocesano das mamãs, em Netia

17

AGO

12

SET

Encontro zonal de catequistas, em Mueria

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